Vida, Morte, Sonhos e Meditação - Os Seis Bardos

A palavra tibetana bardo refere-se aos seis estados de experiência "intermediários". Nos três primeiros — que acontecem nesta mesma vida — podemos nos preparar para a morte — quando as outras três ocorrem. A expressão tibetana kyene bardo refere-se ao estado intermediário entre o nascimento e a morte, o bardo desta vida. Dos seis bardos, este é o mais importante. É aqui que escolhemos criar felicidade — nesta vida e nas vidas futuras — e beneficiar os outros, ou escolhemos nos tornar mais afundados nos ciclos de sofrimento e causar os outros a fazer o mesmo.

O Karma

Apenas nós — e mais ninguém — determinamos se sofreremos ou se seremos felizes. A escolha entre beber veneno ou tomar remédio está em nossas próprias mãos. O remédio pode ter um gosto amargo no momento; o veneno pode até mesmo ter um sabor doce. Mas a longo prazo, o veneno apenas conduzirá ao sofrimento e o remédio a um benefício maior. Quando as pessoas sofrem, elas muitas vezes se perguntam, "O que eu fiz para merecer isto? Sou basicamente uma pessoa boa, mas as coisas continuando saindo erradas. Por quê?" Isto é porque o karma que criamos durante muitas vidas está amadurecendo agora. Quando plantamos as sementes de karma bom através de ações virtuosas, encontramos experiências afortunadas, e quando plantamos as sementes de karma ruim, encontramos experiências muito difíceis, cheias de sofrimento.

Apesar de o karma trabalhar deste modo, tendemos a culpar alguém ou algo — ao invés de nós — mesmos quando as coisas saem erradas. Podemos culpar a poluição do ar ou da água, por exemplo, por uma doença. Podemos atribuir um problema mental ou emocional a algo que nossos pais fizeram a nós quando éramos crianças. É verdade que nossa experiência é influenciada por condições externas, mas fundamentalmente é o nosso karma que produziu essas condições. Por exemplo, nem todos os milhões de pessoas que vivem em uma cidade grande com ar poluído ficam doentes. De modo similar, nem todo ser que vive no alto das montanhas — onde o ar e a água são puros — é saudável. Tanto a base da saúde quanto da doença é o karma.

Não sabemos qual aspecto de nosso karma prevalecerá ou qual experiência nos espera na hora de nossa morte. Mas podemos desenvolver algum insight nisto observando nossa mente desde manhã até a noite. Que tipo de pensamentos surge? Quantas horas passamos contemplando coisas virtuosas e criando virtude com nosso corpo, fala e mente? Quantas horas passamos nos engajando em pensamentos nocivos e negatividade? Quantas horas passamos nos entregando a pensamentos inúteis?

A maioria de nós teria dificuldades para encontrar uma única hora na qual nossos pensamentos e intenções fossem completamente puros. E mesmo se o fizéssemos, isso não seria o bastante. Em um cabo de guerra com uma pessoa de um lado e vinte e três do outro, quem ganhará? Uma hora de virtude é sobrepujada duramente por vinte e três horas de negatividade. Se nossas mentes não estiverem inclinadas para a virtude, não podemos assumir que atingiremos um renascimento superior, um reino celestial ou divino, ou nem mesmo um renascimento humano após esta vida.

Apesar de estarmos sujeitos à lei do karma, podemos mudar nossa experiência purificando as ações passadas através de métodos espirituais. A oportunidade para seguir o caminho espiritual é agora, no bardo desta vida.

Começamos nossa jornada no caminho buddhista tomando refúgio. Como o Buddha Shakyamuni realizou completamente o caminho, indo além do samsara e do nirvana, podemos confiar nele como um guia. O Buddha sustentou um compromisso de não ferir os outros, de parar todas as ações negativas do corpo, toda fala prejudicial e todos os pensamentos negativos e nocivos. Seguindo seu exemplo, nós também fazemos este compromisso, entendendo que se pararmos de prejudicar os outros, não mais iremos experienciar os efeitos do karma negativo. O compromisso de não nos engajarmos em pensamentos, palavras ou ações negativos é a essência do voto de refúgio.

Além de nos abstermos da não-virtude, criamos virtude revertendo o hábito da auto-importância, de sempre nos focarmos sobre nós mesmos. Durante muitas vidas, colocamos nosso próprio benefício antes do benefício dos outros. Ao invés disso, precisamos desenvolver uma motivação verdadeiramente abnegada — a intenção sincera de beneficiar os outros de todos os modos que pudermos através de nosso corpo, fala e mente. Quando agimos consciente e diligentemente com esta motivação pura, geramos virtude, a causa de felicidade futura. Acumular tanta virtude quando possível e dedicá-la para o benefício dos outros é o caminho do bodhisattva. Em essência, significa trazer um bom coração a tudo que fizermos.

Através da meditação, podemos purificar o karma que já criamos usando os quatro poderes. O primeiro poder é o da testemunha. Visualizamos à nossa frente nosso objeto de refúgio, o Buddha por exemplo. O segundo poder é o do arrependimento. Séria e profundamente, nos arrependemos do mal que fizemos aos outros através do corpo, fala ou mente, nesta vida ou em qualquer outra. O terceiro poder é o do compromisso. Nós contemplamos, "Agora que entendi as conseqüências, não mais cometerei ações prejudiciais, não importa o que aconteça". O quarto poder é o da bênção que surge em resposta à nossa fé e oração. Visualizamos as bênçãos de nosso objeto de refúgio como néctar ou luz, que flui através de nós e purifica todo o nosso karma negativo e obscurecimentos. Se fizermos esta prática de purificação diligentemente, seus efeitos se tornarão evidentes em nosso dia, assim como em nossas experiências durante os sonhos.

Fazendo o compromisso de não prejudicar e de purificar as ações prejudiciais passadas, podemos tanto purificar os efeitos do karma que já criamos tanto quanto fechar a porta para o sofrimento futuro.

Preparando-nos para a Morte através dos Bardos desta Vida

Se usarmos a oportunidade permitida pelo bardo desta vida para criarmos virtude e evitar a não-virtude, podemos assegurar mais experiências afortunadas em vidas futuras e evitar sentir arrependimento na hora da morte.

Dentro deste bardo há dois estados intermediários adicionais — o bardo da meditação e o bardo do sonho. Os métodos de meditação aplicados durante estes três bardos nos ajudam a derivar o maior benefício a partir dos três bardos da transmissão da morte.

A morte é uma experiência muito difícil se estivermos despreparados. Alguns pensam que, como todos morrem, como a morte naturalmente se segue ao nascimento, a morte não é ruim. Mas todo esforço que fizemos nesta vida com a mesma intensidade das abelhas coletando mel, tudo o que juntamos e tudo o que é importante para nós — nossos relacionamentos, país, posses, casa e especialmente nosso corpo — será perdido na morte. Pior do que isto, não sabemos o que acontecerá em seguida. Esta situação é extremamente amedrontadora e causa grande sofrimento.

A fim de não sermos dominados pelo medo e sofrimento na hora da morte — e ao invés disso a utilizarmos como uma oportunidade para uma profunda prática espiritual —, devemos nos preparar. O bardo da meditação referido acima, chamado samten bardo em tibetano, entende-se deste o início até o fim de uma sessão de meditação. De forma ideal, fazemos do bardo desta vida um bardo de meditação o tanto quanto pudermos a fim de nos prepararmos par a morte. Durante o bardo da meditação, desenvolvemos o calibre de prática necessário para nos ajudar a lidar com as dificuldades desta vida, assim como com a experiência da morte e do pós-morte.

Contemplar continuamente a impermanência é um modo de nos prepararmos para quando tivermos apenas alguns dias, horas ou minutos para viver. Se nos lembrarmos de que os seres através da história, não importa o quão grandes, ricos ou poderosos, encontraram as mesmas condições e nascimento, doença, velhice e morte, e se aceitarmos que agora é nosso momento de ir, estaremos mais relaxados e menos aptos a sermos dominados pelas emoções e pelo sofrimento desta mudança inevitável.

A junção e separação dos fenômenos é a natureza de nossa experiência. Nada dura muito; tudo é impermanente. Até mesmo os sentimentos mais fortes mudam; podemos estar tão apaixonados por alguém que duramente poderemos tolerar uma hora distante dele ou dela, mas com o tempo, simplesmente ouvir seu nome pode nos fazer ficar raivosos.

Se entendermos isto, valorizaremos o presente como uma oportunidade preciosa. Temos este momento; não sabemos certamente se teremos outro. Por que desperdiçar esta oportunidade brigando e discutindo, ao invés de criarmos harmonia, alegria e amor?

Refletir sobre a impermanência a cada noite, antes de ir dormir, é um outro modo de se preparar para a morte. Por exemplo, para si mesmo: "Tudo é impermanente; não sei se acordarei de manhã. Muitas não irão. Talvez a próxima coisa que eu saiba é que serei levado para o hospital em uma ambulância." Se você vividamente se imaginar em uma ambulância com apenas algumas horas de vida, um medo tremendo pode surgir. Isto pode ser útil porque você pode praticar no meio deste medo, assim como você aspira fazer quando o medo o apanhar no momento real da morte. Pratique com determinação, sabendo que você não pode agarrar o que está deixando para trás; reze e deixe ir. Visualizando seu objeto de fé — o professor, Buddha, Deus — no topo de sua cabeça, rogue para que você renasça com uma conexão com um caminho espiritual e com a capacidade de beneficiar os outros. Se praticar assim a cada noite, quando a morte chegar você terá alguma confiança e seu hábito de rezar e meditar será de grande benefício.

O milam bardo, ou bardo do sonho, acontece a partir da hora em que vamos dormir até a hora em que despertamos. Ao invés de desperdiçarmos oito ou nove horas por dia dormindo, podemos usar este tempo para fazer yoga dos sonhos. Nossas práticas do dia e da noite então apóiam uma à outra. Olhando para trás, vemos que todas as experiências de nossa vida, que uma vezes pareceram tão substanciais e verdadeiras, agora são apenas memórias, nada mais. Reconhecemos que se somos louvados ou culpados, se estamos felizes ou tristes, todas as condições são como um sonho. Então nossa meditação dará frutos à noite e reconheceremos que estamos sonhando. Quanto mais realizarmos a natureza de nossas vidas — semelhante a um sonho —, menos apego e sofrimento experienciaremos na morte e mais seremos capazes de aplicar os métodos meditativos na hora da morte.

Prática para a Hora da Morte

A capacidade meditativa que desenvolvemos durante os três bardos da vida pode nos capacitar a usar os três bardos da morte e do processo pós-morte como portas para a iluminação. O bardo do momento da morte começa quando as condições que causarão nossa morte — por exemplo, uma doença terminal — surgem pela primeira vez e dura até que os elementos do corpo deixem de funcionar. Através da grande prática do p'howa, ou transferência de consciência, na hora da morte projetamos nossa consciência para um reino puro de experiência como o do Buddha Amitabha ou de uma divindade específica.

Dentro de apenas uma ou duas semanas praticando a transferência de consciência dos três reconhecimentos — um dos cinco tipos de p'howa —, podemos desenvolver a capacidade de direcionar nossa consciência na hora da morte. Os sinais de realização desta prática são óbvios, dando-nos confiança de que este método será efetivo na hora de nossa morte.

Em um reino puro, recebemos ensinamentos do Buddha e meditamos, purificando nosso karma restante e abrindo a porta para a realização. Não retornaremos ao samsara — os ciclos infinitos de sofrimento — devido ao nosso karma, mas teremos o poder de encarnar intencionalmente a fim de beneficiar aqueles que ainda estão pegos na armadilha. Para pessoas muito ocupadas para fazer outras práticas espirituais e atingir a liberação nesta vida, o p'howa provém uma rede segura, um meio de assegurar que sua consciência não será dominada pelos ventos do karma na morte.

Nossa prática de p'howa e nosso entendimento do processo da morte também pode nos ajudar a dar assistência àqueles que estão encarando sua própria morte. Quando ajudar os moribundos, ao invés de segurá-los ou tocá-los, diga, "Agora você está indo. É hora de rezar." Eles devem rezar a quem quer que eles tenham fé. Se forem cristãos, não será útil dizer a eles para rezar ao Buddha. Toque apenas o topo da cabeça, o que atrai a consciência para cima em direção a um reino puro. Tocar qualquer outra parte do corpo pode atrair a consciência para um reino inferior de experiência.

Quando aqueles que amamos estão morrendo, nosso impulso pode ser o de abraçá-los e dizê-los o quão os amamos, mas isto apenas faz sua transição ficar mais difícil pois eles já estão lutando com seu apego a nós e a esta vida. Agora — e não quando eles estiverem no limiar da morte — é a hora de expressarmos esse amor, de dizer as coisas que nunca dissemos. Agora é a hora de sermos pacientes com aqueles que amamos, sabendo que temos apenas um curto período juntos.

Na morte, os cinco elementos do corpo dissolvem-se e todas as energias dos chakras, canais sutis e ventos sutis param de funcionar, assim como os oitenta conceitos de mente ordinária. Por um breve momento, todos os pensamentos cessam completamente e experienciamos o estado desperto aberto, nu e não-obstruído. Esta é a natureza pura e verdadeira de nossa mente, a "clara luz" (não deve ser confundida com a luz no fim de um túnel vista por muitos em experiências de quase morte). Se não praticarmos o reconhecimento do estado desperto nesta vida, não o reconheceremos na hora da morte, durante a primeira fase do chönyid bardo, o bardo do dharmatha ou da natureza verdadeira da realidade. Durante a segunda fase do chönyid bardo, as qualidades puras e incessantes da natureza aberta da mente surgem em uma vívida exibição de divindades pacíficas e iradas. Se — através dos métodos de meditação do Dzogchen, do Mahamudra ou Madhyamika, praticados nesta vida — formos capazes de reconhecer o primeiro ou segundo estágio do chönyid bardo, então a "clara luz mãe", a natureza absoluta da mente, funde-se com a "clara luz filho", o estado desperto que mantivemos através de nossa prática na vida diária. Sua união é a nossa iluminação.

Se não tivermos praticado deste modo em nossa vida, perdemos estas oportunidades para a liberação e a mente projeta-se no próximo estado intermediário, o sipe bardo ou bardo do vir-a-ser. Este é o intervalo entre a dissolução do chönyid bardo e o início do próximo renascimento samsárico.

Aqui, tudo parece como em nossa vida humana. Ainda percebemos nossa casa, as pessoas que amamos. Ouvimos tudo que eles dizem, mas eles não podem nos ouvir. Como não temos mais temos um corpo, elas nem mesmo sabem que estamos lá. Para complicar mais a situação, podemos não saber que estamos mortos. Podemos nos sentar à mesa com nossa família e nos espantarmos porque ninguém nos passa a comida. Podemos não entender porque quando fazemos uma pergunta, ninguém responde. Isto traz uma tristeza insuportável. E uma vez que percebamos que estamos mortos, um medo incrível surge.

Nosso apego às pessoas e posses de nossa vida passada pode nos atar ao bardo do vir-a-ser, ficando difícil de nos movimentarmos. Esta é uma razão pela qual é importante fazer um testamento — não importa o quão jovens somos ou quão poucas posses tenhamos. Podemos pensar que isto não importa, já que perderemos tudo de qualquer modo. Mas importa porque este ato de generosidade cria um grande mérito que vai conosco através da passagem da morte e na experiência futura. Se não tivermos um testamento, apesar de nenhuma não-virtude ser criada, nenhuma virtude será criada também.

Tendo escrito um testamento de antemão, na hora da morte não teremos arrependimento sobre assuntos não finalizados. De outro modo, sentiremos um apego tremendo às coisas que desejamos ter feito ou às pessoas das quais não cuidamos; esse apego pode não apenas fazer nossa partida ser mais traumática, mas pode nos atar no sipe bardo.

O sipe bardo inclui quatro estágios de sons extremamente amedrontadores e três estágios de experiências de lugares amedrontadores. Se nesta vida desenvolvermos uma forte fé e um hábito de rezar quando as coisas tornam-se difíceis, não importa qual seja nossa tradição espiritual, este hábito permanecerá conosco quando estivermos no sipe bardo. O poder da prece é muito maior lá do que neste reino humano, onde estamos atados por nosso corpo. Quando rezamos no sipe bardo, nos fundimos com o objeto da prece e renascemos em um reino de experiência puro.

A Importância de Praticarmos Agora

A prática e preparação espirituais não são apenas para pessoas mais velhas. Uma pessoa mais jovem pode facilmente morrer por causa de um grande número de causas, antes de morrer uma pessoa mais velha e terminantemente doente. Nenhum de nós sabe quando morreremos. Não temos tempo para nos atrasar pensando, "Treinarei minha mente e farei minha prática espiritual no mês que vem ou no ano que vem". O senhor da morte pode não esperar que nós façamos isso. Nossa situação neste corpo humano é como o de alguém alugando uma casa. Não a possuímos e não temos um contrato. Não temos um acordo sobre o quanto podemos ficar. A qualquer momento, o proprietário pode nos jogar para fora e estaremos sem poder para fazer qualquer coisa a respeito disto. Não precisamos consultar um paranormal ou olhar com o olho de sabedoria para saber o quão tentadora nossa existência é. Tudo o que precisamos fazer é assistir as notícias à noite. Muitas pessoas morrem a cada dia por causa de acidentes, guerra, fome e de uma miríade de outras condições. A vida humana é tão frágil quanto a chama de uma vela em um vento forte: a qualquer momento ela pode ser extinta. Não sabemos quanto tempo temos, mas podemos estar certos de que um dia perderemos esta vida. Não podemos nos permitir desperdiçá-la.

Muitas pessoas aqui no Ocidente estão se esforçando para criar uma nova tradição sintetizando elementos de diferentes caminhos. Mas não há tempo o bastante para tentar uma nova conexão. Podemos descobrir muito tarde que isso não funciona. É mais seguro confiar em uma tradição experimentada e verdadeira que se provou durante os séculos. Apesar de eu ter estudado, praticado e de agora ensinar dentro da tradição buddhista, não digo isto por apego ao buddhismo como sendo o único caminho espiritual ou por um desejo de propagar os ensinamentos. Ao invés disto, sei a partir de minha própria experiência que estes ensinamentos e métodos podem ser de grande benefício, não apenas na hora da morte, mas durante toda a vida. Pode parecer que tudo está indo bem, mas as coisas podem mudar rapidamente. Experienciei muitas dificuldades em minha vida. Minha mãe morreu quando eu tinha onze anos. Depois perdi meu país, a maior parte de minha família e tudo o que era familiar a mim: meu monastério, monges e alunos. Eu era um entre nove refugiados tibetanos que comeram juntos na Índia na mesma mesa, como uma família. Dentro de cinco ou seis meses, cinco destas pessoas morreram.

O que aprendi é que quando sofremos e nossas circunstâncias são muito difíceis, nosso melhor ajudante é o caminho espiritual. Os amigos mundanos `às vezes estão lá para nós, mas não sempre. De fato, durante os tempos mais difíceis, aqueles com que pensamos que poderíamos contar muitas vezes não são tão amigáveis assim. Quando estamos bem, podemos ter muitos amigos ou parentes ao nosso redor, mas se estivermos pobres e sofrendo, eles podem desaparecer. Se você desenvolver sua prática espiritual, ela será algo sobre a qual pode confiar. Ela sempre estará lá; é infalível. Não pode ser roubada, perdida ou colocada no lugar errado. Ela estará com você nesta vida, no momento da morte e depois da morte. Por esta razão, do meu coração, imploro a vocês que não neguem o caminho espiritual.

Este livreto foi produzido a partir da transcrição de um ensinamento dado por Chagdud Tulku Rinpoche e traduzido por Lisa Leghorn em Seattle, Washington, em novembro de 1994. Possam todos os seres se beneficiar!

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